A Prefeitura Municipal de Araçatuba
Ex-Prefeitos
Marilene Magri Marques

Marilene Magri Marques

De 2008 a 2008

A assistente social e pecuarista Marilene Magri Marques foi vice do prefeito Jorge Maluly Netto, assumindo a administração de Araçatuba por quase quatro meses, entre 5 de setembro e 31 de dezembro de 2008, após o chefe do Executivo perder o mandato por decisão judicial. Entrou para a história como a prefeita do centenário.

 

FAMÍLIA
Marilene nasceu em Três Corações (MG), no dia 29 de janeiro de 1945. Filha de Kluc Magri e de lnês Teixeira Magri. Casou-se em 16 de agosto de 1980 com o pecuarista José Marques Lopes, já falecido. Tiveram duas filhas: Laís e Lilian.

 

Marilene iniciou os estudos em colégio de freiras. O pai foi militar e gerente de banco, ajudando na abertura de novas agências em todo o País, e até no exterior. Por isso, a família estava sempre de mudança; foram 21 entre Goiás e São Paulo. A mãe era uma exímia costureira, segundo Marilene. 

 

CARIDADE
"Extremamente cristã", como afirmou em entrevistas, desde jovem frequentava igrejas, tendo muito contato com freiras e ajudando os mais necessitados. 

 

Um exemplo: quando atuou como professora primária por dois anos, em Ribeirão Bonito (SP), ficou intrigada ao ver um dos alunos sempre chupando um dos dedos. Ao indagá-lo a respeito, descobriu que era uma forma de a criança esquecer a fome. Por isso, passou a levar sanduíches para a sala de aula, o que foi seguido pelas outras professoras.

 

Marilene sempre defendeu a caridade e o amor ao próximo. "É repartindo o pão que o seu pão aumenta", declarou em entrevista. "Sua fé tem que estar em primeiro lugar sempre", completou. 

 

EXCLUÍDOS
Em Lins (SP), destaca a escritora Wanilda Maria Meira Costa Borghi no livro "Nos Trilhos do Centenário", Marilene fez faculdade, estágio e lutou pelos excluídos, sob a orientação de D. Pedro Paulo Koop, bispo da Diocese. 

 

Depois, viveu dez anos em Guaimbê (SP) onde, a pedido do bispo, fez um trabalho de ressocialização no padre José Eduardo Augusti, ex-preso político. Montou uma comunidade na casa paroquial com três assistentes sociais e duas professoras. 

 

Bispo Koop e padre Augusti trabalhavam a saúde e a miséria humana como cristãos, afirma Marilene em um dos trechos do livro. "Ainda assim eram mal-interpretados", afirma Marilene. Todo o seu aprendizado em projeto social, ela atribui aos dois, seus gurus, bem como às freiras.

 

Visitadora sanitária do Instituto Paulista de Promoção Humana (IPPH), Marilene montou, com o padre Augusti, o "1º Grupo de Agentes Comunitários de Saúde do Brasil".

 

ASSISTENTE SOCIAL
Marilene se formou como assistente social, em 1971, pela Faculdade de Serviço Social de Lins (SP). Veio para Araçatuba em 1975 após prestar concurso da Secretaria de Planejamento do Estado, durante o governo Paulo Egídio, passando em primeiro lugar para ser a coordenadora estadual do Sistema Estadual de Mão de Obra (Semo). 

 

Marilene foi diretora regional da Ação Social no Estado e diretora da Secretaria de Estado do Trabalho, sendo responsável pela criação da Defesa Civil de Araçatuba.

 

Ajudou a implantar o Projeto Sítio-Escola e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica). Também foi diretora da Creche Santa Clara de Assis.

 

MALULY
Quando morou em Mirandópolis, Marilene conheceu, aos 10 anos de idade, o médico Jorge Maluly Netto, que operou sua garganta. 

 

Com a ajuda do pai, Marilene conta em entrevistas que o Dr. Maluly se elegeu prefeito, sendo um dos melhores administradores da história de Mirandópolis. Futuramente, ele também seria prefeito de Araçatuba, tendo Marilene como vice.

 

PECUÁRIA
Marilene tinha 35 anos quando se casou com José Marques. Conheceu o futuro marido em uma lanchonete no centro de Araçatuba. Foi amor à primeira vista. 

 

"Perguntei a um amigo quem era aquele moço bonito que conversava com um pecuarista conhecido. E já disse que iria casar com ele", revelou, em entrevista. "Deus falou amém e casei", emendou. 

 

José Marques morreu aos 59 anos, por problemas de saúde. Viúva, Marilene precisou aprender como lidar com as fazendas. "Para saber se era boi ou vaca, eu precisava levantar o rabo do animal", brincava, em entrevistas. "Eu sabia mexer com sorgo, com café, mas não era boiadeira. Então, pedi aos peões da fazenda para me ensinarem", lembrou. Em retribuição, Marilene afirma que deu uma casa para cada um na cidade, além de ajudar na educação dos filhos deles. 

 

PRÊMIO
Marilene logo aprendeu a lidar com a pecuária. Transformou suas propriedades em ecológicas. Por causa de uma delas, no distrito de Jaciporã, em Dracena (SP), ganhou um prêmio por seu trabalho com agricultores sem terra. 

 

Para isso, Marilene pediu ajuda à Prefeitura e montou a Associação J. Marques dentro de sua fazenda. Lá, iniciou processos de arrendamentos. "Eu acredito na reforma agrária, mas não na reforma agrária de luta de classe, porque o direito de propriedade deve ser preservado. Tomar a terra de alguém não é cristão", destaca. 

 

SECRETÁRIA
Marilene começou a atuar na política em 1964, com 19 anos de idade, herdando o dom do pai. Dizia em entrevistas que adorava perfume francês, mas que seu perfume preferido era mesmo o "cheiro do povo".

 

Em Araçatuba, conheceu a política partidária com o amigo Domingos Andorfato, que foi eleito prefeito para o mandado 1993-1996. Nesse período, Marilene assumiu o cargo de secretária de Cultura. 

 

Na época, ela ajudou na instação da Academia Araçatubense de Letras e montou o primeiro Plano Diretor da cultura, aprovado pela Câmara Municipal em 1996. 

 

VICE-PREFEITA
Na eleição de 2004, Marilene foi convidada pelo agora prefeito de Araçatuba, Jorge Maluly Netto, a ser vice em sua campanha à reeleição. E aceitou o desafio. A chapa foi vitoriosa.

 

Como vice-prefeita, afirma que visitou muitas cidades e conheceu de perto "as angústias da população".  

 

PREFEITA DO CENTENÁRIO
Marilene nunca pensou que fosse assumir a Prefeitura de Araçatuba, principalmente na forma como aconteceu. "Não era o que a gente queria", declarou ao jornalista Fernando Sávio durante o programa Identidade Pública, da TV Câmara.

 

Quase quatro meses antes de concluir o segundo mandato, Maluly foi cassado pela Justiça Eleitoral por ter sido condenado pelo depósito de dinheiro público no Banco Interior, uma instituição privada que sofreu intervenção do Banco Central em meados de 2001. 

 

Com a liquidação do Banco Interior, os depósitos de todos os correntistas e investidores ficaram retidos, dentre os quais os realizados pela Prefeitura de Araçatuba e pelo Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba (Daea), totalizando R$ 1,3 milhão.

 

PRATAS DA CASA
Como prefeita, Marilene destacou ter convidado funcionários efetivos para ajudá-la a governar, valorizando "pratas da casa". Trocou secretários e até cargos de confiança de Maluly. 

 

Sobre o centenário de Araçatuba, Marilene afirma que procurou fazer o que o povo e os servidores queriam e a cidade precisava. 

 

AFASTADA
Em uma sessão tumultuada, a Câmara Municipal afastou a prefeita Marilene Marques do cargo após conclusão dos trabalhos de uma comissão processante, que apurou possíveis irregularidades em contrato do município com o Ciap (Centro Integrado e Apoio Profissional). 

 

Assim, o vereador Antônio Edwaldo Dunga Costa, que era presidente da Câmara, assumiu o comando do Executivo no dia 18 de dezembro de 2008. No dia seguinte, por determinação da Vara da Fazenda Pública de Araçatuba, Marilene foi reconduzida judicialmente ao cargo, concluindo o mandato.

 

Marilene afirma que sempre doou seu salário e deixou dinheiro em caixa ao concluir o mandato. Ao deixar a Prefeitura, não se candidatou a mais nenhum cargo eletivo e se aposentou, passando o comando das fazendas para suas filhas. 

 

ALTRUÍSTA
A escritora Wanilda Borghi define Marilene como uma mulher objetiva, que sempre administrou pragmaticamente até os santos de sua devoção. "Altruísta, semeia a integridade dos valores às gerações futuras. Nada teme, porque tem no coração um antídoto natural: gratidão. Em mar revolto, venceu 16 tumores malignos na bexiga, com leme de fé, coragem e serenidade", escreveu.

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