Joaquim Geraldo Corrêa, o Zizinho, administrou Araçatuba por três vezes, sendo o primeiro prefeito eleito pelo voto popular. Também foi vereador por dois mandatos.

NOMEADO

Zizinho nasceu em 2 de abril de 1914, em São José do Rio Preto (SP). Seu primeiro mandato no Executivo, em 1947, foi como prefeito nomeado pelo governador. Permaneceu no cargo por cerca de oito meses.

No mesmo ano, seguindo determinação da Constituição de 1946, que garantiu eleições diretas para os cargos eletivos, Zizinho foi o primeiro prefeito eleito pelo voto popular na história de Araçatuba, administrando entre 1º de janeiro de 1948 e 31 de dezembro de 1951. Na época, não havia o cargo de vice-prefeito.

CÂMARA

Também entre 1948 e 1951 tomou posse a primeira legislatura da Câmara Municipal, na época com 23 vereadores. É importante lembrar que, desde sua fundação, o município era administrado por uma comissão de nove intendentes, eleitos pelo povo. Um deles era escolhido presidente, e tinha o papel semelhante ao de um prefeito. Os outros atuavam como vereadores, mas sem esta nomenclatura.

Durante a Era Vargas, o prefeito passou a ser nomeado pelo governador e o Legislativo foi extinto. Essa situação se repetiu nos anos da Ditadura Militar.

TIRO DE GUERRA

Foi instalado, na primeira administração de Zizinho, o Tiro de Guerra de Araçatuba, de acordo com a Portaria Ministerial 072, de 5 de março de 1948. O TG 14, como era chamado, tinha como sede um prédio na esquina das ruas Antônio Florence e Tietê (atual Rintaro Takahashi), próximo à Associação Cultural Nipo-Brasileira.

Zizinho foi o primeiro diretor; o primeiro-sargento Ayres Dias de Araújo, o primeiro instrutor.

Em 1956, o TG passou a ter uma nova sede, na Rua Chiquita Fernandes, no Bairro Bandeiras, onde está instalado atualmente. A Portaria Ministerial 878, de 23 de março de 1979, alterou sua denominação para Tiro de Guerra 02-010.

GUARDA MUNICIPAL

Zizinho foi o responsável pela criação da lei que instituiu a Guarda Civil Municipal de Araçatuba, em 25 de agosto de 1949. Inicialmente composta por 20 homens, era chamada de Polícia Municipal e fazia a segurança pública a cavalo ou a pé.

VEREADOR

Ao final do seu mandato, em 1951, Zizinho foi eleito vereador, fazendo parte da segunda legislatura da Câmara Municipal, entre 1952 a 1955, que tinha 19 cadeiras. Ele retornou ao Legislativo na quarta legislatura, entre 1960 e 1963, também com 19 vereadores.

TERCEIRO MANDATO

O terceiro mandato de Zizinho como prefeito ocorreu entre 1ª de janeiro de 1956 e 31 de dezembro de 1959. Seu vice foi Waldemar Alves, que assumiria temporariamente o Executivo durante afastamento do titular para concorrer a uma vaga como deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alesp).

CINQUENTENÁRIO

Durante essa nova gestão, Zizinho ficou conhecido como o “Prefeito do Cinquentenário” devido às comemorações dos 50 anos de Araçatuba, em 1958, marcadas por melhorias estruturais na cidade.

FOA

Zizinho também foi um dos defensores da criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba, hoje chamada apenas de Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA).

CORETO

Outra marca de sua administração foi a reforma da Praça Rui Barbosa durante o cinquentenário da cidade. Com a proposta de "modernização", o prefeito substituiu o coreto original por uma concha acústica, o que gerou muita polêmica na época. Essa "concha" acabou sendo demolida pelo prefeito Waldir Felizola de Morais, nos anos 1970.

RIO TIETÊ

Zizinho também foi um articulador político habilidoso. Ele trocou de partido para garantir apoio do governador Adhemar de Barros na construção da primeira ponte sobre o Rio Tietê, um feito crucial para o desenvolvimento econômico e logístico da região.

ALMOXARIFADO

Durante sua administração, Zizinho cercou a área onde existiu o primeiro cemitério de Araçatuba, ao lado do monumento japonês Torii, entre a rotatória das avenidas dos Araçás e Waldemar Alves e as ruas Marcílio Dias e Gonçalves Ledo, construindo ali o Almoxarifado da Prefeitura. No local, também funcionava o Açougue Municipal.

CHARRETES

Zizinho adquiriu um caminhão-pipa que lavava o asfalto das ruas do centro de Araçatuba aos sábados. Como existiam muitas charretes na cidade, essa era uma forma de aliviar o mau cheiro provocado pelas fezes e urinas dos cavalos. Durante a semana, havia servidores que tinham como função recolher os excrementos.

DERROTA

Zizinho retomou o mandato após não se eleger para a Assembleia Legislativa. Então, concorreu à reeleição, mas foi derrotado pelo administrador de fazenda João Batista Botelho, o Cuiabano.

CARTÓRIO

Zizinho foi um cartorário muito conhecido em Araçatuba, sendo responsável pelo Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais. Após seu afastamento, por motivos de saúde, foi substituído pela filha Sílvia Guarinon Corrêa Lodi.

HOMENAGEM

Zizinho faleceu em 19 de março de 2000, aos 86 anos, em Araçatuba. Em sua homenagem, há uma rua com seu nome no Bairro Umuarama.