Representantes de diversos setores sociais se reuniram nesta terça-feira (12) em Araçatuba para discutirem a questão dos imigrantes e refugiados que moram no município. Atualmente, 68 famílias nestas condições residem no município.
A Prefeitura de Araçatuba foi representada pela vice-prefeita Edna Flor. Ela destacou a importância de que o setor público e as entidades trabalhem em conjunto para promover o melhor acolhimento e o cuidado necessário aos moradores de outros países que estão no município e precisam de ajuda.
Na abertura, a angolana Lemba João, que mora em Araçatuba há quatro anos, deu um depoimento em que elogiou a receptividade dos moradores locais. Ela se mudou para o Brasil por questão de saúde e tem participado de cursos, inclusive do Senac.
O encontro, que continua na manhã desta quarta-feira, teve a mediação de representantes da Agência da ONU para Refugiados (Acnur). A instituição foi representada pela assistente sênior de campo, Juliana Tubini e pela assistente sênior de proteção, Lyvia Barbosa.
Elas explicaram que refugiados são as pessoas que saíram de seus países por causa de guerra ou perseguição política ou religiosa e que não têm a opção de retornarem para seus lares. Já os imigrantes saíram por questões pessoais e podem retornar quando tiverem condições, necessidade ou vontade.
Durante o evento, elas destacaram que o Brasil hoje é o quinto país da América que mais recebe refugiados, principalmente da Venezuela, mas foi o primeiro a criar uma operação de acolhimento, que conta com o ordenamento (emissão de documento e vacinação); acolhimento emergencial (abrigo, alimentação e atenção à saúde) e estratégia de intermobilização (deslocamento para outros estados).
No Brasil existem hoje 100 mil refugiados, de 120 nacionalidades. Destes, mais de 80% são venezuelanos. Dezenas destas famílias encontraram em Araçatuba uma chance para reiniciar a vida.